Futebol

As ‘makas’ no Sporting de Cabinda crescem a cada “cinco segundos”. Parece ser provável que os leões de Cabinda sejam a segunda equipa a desistir do Girabola 2022-23, depois do Cuando Cubango FC ter anunciado a sua desistência da prova maior do futebol angolano. As dificuldades relacionadas à falta de patrocínio, que muitas vezes dificultam a transportação para outras províncias, pode levar a desistência do Sporting de Cabinda do Girabola, segundo Hélder Filipe. Devido as dificuldades financeiras, a equipa tem sido forçada a viajar no limite, deixando por terra até atletas, como aconteceu na deslocação ao Lubango, em que teve no banco de suplentes, somente cinco jogadores. Falando à imprensa no final do jogo em que perdeu por 2-1 para o Desportivo da Huíla, Hélder Filipe responsável para o futebol admitiu que, para além da falta de dinheiro para pagar as despesas com o transporte, dadas características geográficas da província, há também largos meses em que não paga salários, para além da inexistência de um alojamento condigno. Fez saber, também, que o grupo vive de promessas por parte das autoridades locais, mas até ao momento nada se fez, solicitando maior intervenção da classe empresarial, de pessoas singulares e colectivas, para evitar que a província fique sem jogos do Girabola. De lembrar que, o Cuando Cubango FC anunciou o abandono antes do começo da segunda volta, tendo por isso sido punido com dois anos de suspensão pela Federação Angolana de Futebol (FAF). A equipa do Enclave está na linha de água, ocupando o 14.º lugar com 13 pontos, de 51 possíveis.

A pensar numa acção solidária, o Governador da Huíla, Nuno Mahapi, pretende realizar um jogo solidário entre as duas maiores equipas do país; Petro de Luanda e o 1.º de Agosto, cujo mote passa por angariar fundos para os centros de apoio a pessoas desfavorecidas. O governo garante alojamento às duas equipas caso venham a aceitar o convite. No entender do governante, a província que dirige tem condições de hospedagem para acolher as duas formações caso venham aceitar o convite formulado. «Queremos lançar um convite à direcção do 1.º de Agosto e do Petro de Luanda para cá virem fazer um jogo solidário, porque acreditamos que elas têm uma grande força de mobilizar, nós ainda temos muitos desafios, muitos lares. O Petro já esteve cá o ano passado e visitou alguns hospitais e lares, e tudo quanto arrecadarmos vai beneficiar então para um gesto solidário. A Huíla tem 14 municípios, eles podem escolher aonde levar os bens»,disse. Nuno Mahapi acredita que, em caso de se realizar o jogo, haverá muita adesão do povo huilano, pois o gesto manifestado é tão-somente para apoiar os mais carenciados da província. «Nós acreditamos que o desporto e a cultura tem uma grande força para o desenvolvimento de qualquer país. Acreditamos que as provincias vizinhas também vão juntar-se para este gesto solidário», apelou. Sobre o pedido lançado à imprensa, as duas maiores agremiações mais tituladas do desporto angolano ainda não se pronunciaram sobre o pedido do governante, apesar de Nuno Mahapi ter garantido todo apoio logístico às duas direcções.

O astro do futebol congolês e africano, Trésor Mputu, encerrou a carreira aos 37 anos, depois de ficar perto de 6 meses sem jogar pela sua equipa TP Mazembe. O jogador confirmou a sua retirada dos relvados durante uma entrevista, ontem, quarta-feira, 8, ao Nyota RTV, órgão de comunicação social próximo do clube Tout Puissant Mazembe. A cortina cai, assim, sobre a carreira de um dos jogadores mais talentosos do continente africano nos últimos 20 anos. Uma verdadeira lenda no Congo, mas cujas actuações tiveram muito pouca exposição mediática em África e sobretudo no resto do mundo. Quem conviveu com ele e o treinou, como o francês Claude le Roy, viu-o ocupar naturalmente o seu lugar à mesa dos maiores talentos do futebol africano. «O lugar de Trésor Mputu está entre os maiores jogadores africanos, insiste aquele que descobriu o prodígio no Congo quando tinha apenas 19 anos. Há alguns que foram coroados Bola de Ouro africanos e que não tiveram o talento dele, longe disso», disse. «A vontade de querer… é o tipo de jogador que pode ganhar um jogo, um torneio, um troféu», acrescenta o senegalês Lamine Ndiaye, que levou o TP Mazembe à final do Mundial de Clubes em 2010. «O talento de Trésor Mputu poderia ter feito a felicidade de vários grandes clubes europeus. Arsenal e Arsene Wenger estiveram tão perto de ver Mputu vestir a túnica dos Gunners. Mas o eterno número 8 nunca quis deixar o ninho de Corvos de Mazembe. Porque em Lubumbashi, ele era um deus vivo. Porque o seu presidente e “pai” Moïse Katumbi nada lhe recusou; dinheiro, carros e seu avião para festas em Kinshasa de vez em quando». O técnico europeu que mais tempo trabalhou em África disse que Trésor Mputu teve a europa pelas suas mãos. «A trajectória de Trésor é a que eu sonho para milhares e milhares de jovens futebolistas africanos. Escolheu ficar no seu país porque foi bem tratado, porque tem condições económicas mais do que decentes e não via sentido em expatriar. É contra isso que venho lutando há tanto tempo; um profissionalismo africano, adaptado às realidades africanas, que permitiria a milhares e milhares de jovens futebolistas viver do seu talento e da sua paixão sem terem de apanhar canoas ou atravessar o deserto. Um bom jogador de futebol pode ter sucesso na África, mas você precisa de um presidente como Moïse Katumbi, você precisa de um grande clube como o TP Mazembe». Com a formação do Lumumbashi, Trésor Mputu conquistou duas Ligas dos Campeões da CAF (2009, 2010), uma Taça das Confederações (2017), duas Supertaças Africanas e o título de melhor jogador a jogar no continente em 2009. Com a selecção nacional, a aventura não foi tão grande (54 internacionalizações, 14 golos, 4 CAN), mas todos suspeitavam, o artilheiro da história das Copas Africanas de Clubes. Clubes ingleses como: Blackburn, Hull City, Tottenham, franceses Nantes, Olympique de Marseille, gregos Olympiakos, tunisinos CS Sfaxien, Espérance Sportive de Tunis, African Club, Sporting Star of the Sahel), Galatasaray turco ou Golfo Pérsico. Nenhum conseguiu atrair Trésor Mputu, que acabou por ter apenas uma experiência no estrangeiro: três épocas no clube angolano Kabuscorp antes de regressar a casa.

Terminou, no último sábado, 04, a 7.ª edição do Campeonato Africano para jogadores que actuam nos seus respectivos países, realizado na Argélia (CHAN 2022). A prova foi ganha pela selecção do Senegal após vencer na final o país anfitrião Argélia, aos penáltis. Todavia, Patrice Motsepe, presidente da Confederação Africana de Futebol, disse aos órgãos de comunicação social, por altura da final, que «Seria necessário que um jogador que actua em um clube estrangeiro representasse o seu país no CHAN», disse. Dando a entender que o próximo CHAN, a ser disputado em 2025, poderá ter um novo modelo de disputa, com a inclusão de jogadores africanos que actuam em outros países do continente berço, uma inclusão que pode dar mais qualidade à prova africana.

Dados obtidos de uma fonte deste portal, na Líbia, referem que Herenilson Carmo, jogador angolano contratado pelo Al ahly Tripoli, custou aos cofres daquele clube perto de 90 milhões de kwanzas, deste valor o clube militar ficou com uma ligeira percentagem, já que o médio defensivo já estava em final de contrato com a equipa do 1.º de Agosto. O valor dado ao clube militar surge como uma forma de reconhecimento, já que o jogador estava sem clube depois de falhar a ida ao continente asiático no princípio da primeira volta do Girabola 2022-23. Quanto ao ordenado, Herenilson Carmo surge numa restrita lista dos 5 jogadores mais bem pagos do emblema verde, com um ordenado mensal acima dos 7 milhões de kwanzas mês. A redacção do Bola Em Campo sabe que o jogador esteve em Angola na última semana, onde veio despedir-se da família e estruturar um programa de investimentos com a primeira tranche dos 50 por cento do prémio de luvas recebidos por altura da assinatura do contrato com o emblema líbio. Herenilson, que capitaneou a Selecção Nacional no CHAN 2022, que decorre na Argélia, já se juntou ao seu novo clube desde a última terça-feira. Assim sendo, Herenilson Carmo, formado na Escola Norberto de Castro e pelo Petro de Luanda, será o terceiro jogador angolano a mostrar-se no futebol líbio depois da curta passagem de Diógenes João Capemba, que terminou dispensado pelo Al alhy Benghazi.

O Midtjylland FC da Dinamarca está em conversações avançadas para contratar o lateral esquerdo do Petro de Luanda, Pedro Bondo, segundo apurou a redacção do Bola Em Campo. Sabe ainda este portal que, o jogador, que esteve a estagiar com a equipa do Petro de Luanda em Portugal, já não regressou a Angola com o plantel às ordens de Alexandre Santos, e romou já para a Dinamarca a fim de acertar os detalhes da sua transferência para o FC Midtjylland, que ocupa a 7ª posição da Superliga Dinamarquesa. Nos próximos dias, o internacional angolano de 19 anos poderá ser oficialmente apresentado como reforço do emblema dinamarquês. Pedro Bondo, desde que chegou ao plantel principal do Petro de Luanda na época 2020-21, tem sido uma das unidades de referência na equipa tricolor, onde conquistou um campeonato, uma Supertaça de Angola e chegou até às meias-finais da Liga dos Clubes Campeões de África 2022-23.

O técnico do Interclube de Angola, Luís Felipe Gonçalves, em entrevista ao canal do clube da polícia, considerou o Girabola, campeonato da primeira divisão de Angola, uma prova competitiva, difícil e desequilibrada, por possuir formações com vontade e capacidade de lutar pelo título fazendo com que a prova tenha mais qualidade. «É um campeonato competitivo, difícil, desequilibrado também porque há realmente equipas e clubes que têm capacidade e vontade de lutar pelo título e faz com que o campeonato tenha mais qualidade», disse. O técnico português, que falava sobre os preparativos da sua formação para a segunda volta do Girabola 2022-23, fez saber que a sua formação vai lutar para conquistar 3 pontos em cada partida que realizar na segunda ronda do campeonato. «Teremos um Inter que vai entrar em campo, seja em casa ou fora para ganhar cada jogo. Jogo a jogo vamos conquistar três pontos», garantiu. O timoneiro da equipa do Rocha Pinto, que chegou ao clube há sensivelmente três meses, viu a sua formação no micro estágio realizado em Benguela, a efectuar três jogos com igual número de vitórias, e um registo de 5 golos marcado e nenhum sofrido.

O angolano Artur Almeida e Silva assumiu, esta terça-feira, 24, em Lisboa (Portugal), a presidência da União das Federações de Futebol de Língua Portuguesa (UFFLP). Sem especificar o período de mandato na instituição, o também líder da Federação Angolana de Futebol (FAF) referiu à Rádio 5 o propósito de dignificar os países membros, trabalhando em prol do desenvolvimento das comunidades. «Agradeço a confiança em mim depositada pelos membros da UFFLP e com ajuda de todos poder engajar-me. Vamos levar o futebol a ser praticado em todas comunidades da nossa organização», reiterou. O dirigente angolano também preside à COSAFA, órgão de futebol da Região da África Austral. A União das Federações de Futebol de Língua Portuguesa é uma associação internacional de federações da modalidade de países que têm a língua portuguesa como idioma oficial. Foi criada em Maio de 2022, em Lisboa, Portugal, por iniciativa das federações portuguesa (FPF) e brasileira (CBF). A associação foi inspirada na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), existente desde 1996. A entidade tem por objectivo reforçar a cooperação entre os países membros no futebol, com iniciativas multilaterais que elevem o nível técnico e reforcem a contribuição do desporto para o desenvolvimento humano, económico e social. Além disso, ela busca avançar na progressiva afirmação internacional do conjunto das federações de futebol de língua portuguesa, principalmente com a decisão do 72º Congresso da FIFA, realizado em Doha, no Qatar, em 31 de Março de 2022, que incluiu o português como um dos idiomas oficiais da entidade. São membros fundadores da organização as federações de futebol de Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe. Além dos signatários, foram convidadas posteriormente as entidades de Guiné Equatorial, Timor-Leste e Macau. O evento de fundação aconteceu em 21 de Maio de 2022, na Cidade do Futebol, em Lisboa. Estiveram presentes no evento: Artur Almeida e Silva, Presidente da Federação Angolana de Futebol. Carlos Teixeira, da Guiné-Bissau; Fernando Gomes, Portuguesa; Feizal Sidat, Moçambicana; Mário Semedo, Cabo-verdiana; Adalberto Catembe, vice-presidente da Federação São-tomense; Teresa Romão, Secretária-Geral portuguesa, além de directores e outros integrantes da FPF, além de rpresentantes da UEFA e da FIFA.