O Seleccionador dos Palancas preferia disputar o CHAN num grupo com quatro selecções.Falando, ontem, ao Jornal de Angola, no âmbito de uma análise aos adversários do combinado nacional na maior competição de futebol de selecções reservada a atletas que evoluem nas competições internas, o timoneiro dos Palancas Negras criticou o modelo encontrado pela CAF para aumentar o número de selecções no torneio africano. «Uma das formas que a Confederação encontrou para aumentar para 18 o número de selecções foi esta: criar seis grupos de quatro selecções e que apuram duas para os quartos-de-final e outros dois grupos com apenas três, que apura uma. Não é, quanto a mim, a melhor solução, mas foi esta que a CAF decidiu optar», disse, Pedro Gonçalves, para em seguida justificar a sua reacção negativa ao sorteio. «Não é minha preferência estar num grupo de três selecções. Um dos objectivos a que nos propomos é chegar a todas as fases finais do CHAN em que participemos na qualificação, porque é através de estarmos nas fases finais destas competições, que potenciamos os nossos jogadores, pois quanto mais jogos fizermos a este nível, mais os nossos atletas vão crescer». A perspectiva da presença no CHAN, de acordo ainda com o seleccionador nacional, prende-se em «valorizar os jogadores que militam nas competições internas», mas também «proporcioná-los competição internacional» e, sobretudo, «dinamizar o seu nível competitivo», de formas a que o crescimento do grupo traga mais-valia para a selecção, tendo em vista a disputa das eliminatórias ao CAN e ao Mundial. «Sabíamos, antecipadamente, que haveria dois grupos com apenas três selecções e calhou em sorte que ficássemos num destes grupos. O nosso grande objectivo é dar mais jogos e experiência aos nossos jogadores e estar num grupo com apenas dois jogos de qualificação à fase seguinte acaba por ser mais limitado. Em todo o caso, sorteio é sorteio, não podemos alterar», acrescentou. A Selecção Nacional, recorde-se, carimbou a qualificação à fase final do CHAN, após afastar a África do Sul na derradeira eliminatória, no agregado de 6-1. A última participação de Angola remonta ao ano de 2018, no Marrocos, onde foram eliminados nos quartos-de-finais pela selecção da Nigéria, por 2-1, no prolongamento, depois do empate a um golo no tempo regulamentar. De resto, o sorteio realizado em Argel ditou o seguinte emparceiramento: Argélia, Líbia, Etiópia e Moçambique (Grupo A); RDC, Uganda, Costa do Marfim e Senegal (Grupo B); Marrocos, Sudão, Madagáscar e Ghana (Grupo C); Mali, Angola e Mauritânia (Grupo D) e Camarões, Congo e Níger (Grupo E). «Jogo com Mali vai ser determinante» Petro Gonçalves considera a selecção do Mali adversário directo na discussão pelo passe de acesso aos quartos-de-final. O seleccionador refere-se ao conjunto maliano como sendo, a par de Angola, outra favorita do grupo, em virtude de se tratar do actual vice-campeão do CHAN. «O Mali foi finalista na última edição. Aliás, já por duas vezes foi finalista vencido. Portanto, é o actual vice-campeão do CHAN e uma selecção habitué nesta competição. Faz a sua quinta participação, era o cabeça de série e com quem vamos disputar a primeira jornada. Vai ser, por isso, um desafio determinante», asseverou o seleccionador, admitindo, por outro lado, a importância de vencer o primeiro jogo. «Sendo um grupo com apenas três equipas e três jogos, todos assumem uma importância capital. É importante entrarmos bem com a selecção do Mali, e, obviamente, impormos também as nossas capacidades». Em relação ao combinado da Mauritânia, Pedro Gonçalves garante que os objectivos não fogem à regra. «Esperamos, evidentemente, confirmar as nossas mais-valias, de formas a chegar aos quartos-de-final, não desvalorizando o mais importante, que é estar na fase final do CHAN», disse o treinador. Questionado sobre as pretensões a atingir no CHAN da Argélia, o seleccionador dos Palancas mostrou-se bastante cauteloso, tendo vaticinado um equilíbrio entre as três selecções do grupo, dado o favoritismo repartido entre as selecções. «Respeitamos todos os adversários, temos os pés bem assentes no chão e diria que a possibilidade de seguir em frente está repartida em 33, 3 por cento para cada selecção, para o apuramento à fase seguinte. Portanto, seria muito bom chegar à fase seguinte e expor os nossos jogadores a um grau de exigência maior e mais competitivo».