É NOTÍCIA: Bruno Vicente abre as cortinas e fala da sua trajectória no futebol angolano.
Bruno Vicente chegou ao Petro de Luanda no dia 20 Maio de 2021 e, passados pouco mais de três anos, conseguiu três campeonatos nacionais, igual número de Taça de Angola, uma Supertaça e uma meia-final da Liga dos Clubes Campeões de África, terminando com o jejum de 13 anos da equipa tricolor. Elemento preponderante na gestão e organização desportiva do Petro de Luanda, responsável por várias contratações, onde se destacam nomes como: Gleison Moreira, Pedro Pinto, Soares, Jonathan Toro, Kinito, Gilberto e do treinador Alexandre Santos, entre outros elementos da equipa técnica, Bruno Vicente identifica-se como um homem «focado no trabalho» e quase não fala à imprensa. O Bola Em Campo conseguiu algo inédito nos últimos três anos, que é ouvir aquele tido como o «papão de títulos no futebol angolano», Bruno Vicente. BEC: Como foi gerir as polémicas dos últimos tempos no Girabola, que encerra já neste fim-de-semana? BV: «No futebol merece ser campeão quem tem mais vitórias, mais golos marcados (quase o dobro do segundo classificado) menos golos sofridos e menos derrotas. Os clubes deviam se preocupar em jogar futebol, ao invés de jogar Rugby com entradas violentas e fora das leis permitidas». BEC: O que acha das qualidades das equipas nesta edição que viu o Petro a erguer mais um troféu? BV: «Temos bons treinadores no Girabola, mas também os treinadores deviam pautar mais pelo bom futebol, um futebol de posse de bola e bem jogado ao invés de entradas violentas». BEC: Por que razão, vezes sem conta, leva sempre cartões amarelos, outras vezes até chegou a ser expulso? BV: «Contesto muito os árbitros durante o jogo e podemos mostrar durante o campeonato dezenas de decisões erradas contra o Petro desde golos mal anulados, penáltis por marcar a nosso favor. Golos contra nós em fora de jogo, penáltis contra nós que não eram, entradas violentas para vermelho directo que nem amarelo foi dado, etc., etc., mas nunca critiquei uma arbitragem após um jogo nem nunca fiz campanhas de vítima para justificar o insucesso». BEC: Tem provas? Sim, temos os vídeos e podemos mostrar que o Petro já sofreu erros muito graves de arbitragem, mas mesmo assim ganhou. Tivemos jogos com 3 penáltis a nosso favor por marcar. Erros de arbitragem fazem parte do jogo, assim como os avançados quando falham golos ou os guarda-redes são mal batidos. Por isso, penso que justificar os insucessos com erros de arbitragem não é correcto». BEC: Com tudo isto que acabou dizer, defende a chegada urgente do VAR em Angola? BV: «Sim, sou a favor do VAR e era importante que nos próximos 2/3 anos se consiga implementar essa tecnologia em Angola para o bem do futebol, pois com o VAR, as equipas não poderão jogar apenas na agressividade e dessa forma o futebol irá melhorar muito». BEC: É difícil ser campeão em Angola? E se sim, quais as principais dificuldades a apontar? BV: «Muito difícil, temos boas equipas em Angola. Mas também existem outras dificuldades, como a manutenção dos relvados naturais, e se for relva sintética que seja de última geração. A FAF não pode permitir jogos em campos de má qualidade. Por exemplo, a final da Taça de Angola devia acontecer num outro estádio com melhores condições como acontece nos outros países. Até porque é um jogo que leva o chefe de estado ao campo. Os campos para final da Taça de Angola deviam ser aqueles campos aprovados pela CAF, como é nos restantes países de África». BEC: Qual a sensação de ser campeão três vezes, após regressar a Angola para um novo projecto? BV: «Vim, com sede de vencer, o Petro estava há 13 anos sem conquistar o Girabola, foi um desafio que me foi proposto pela direcção de resgatar a mística do clube no futebol. Foi assim que começamos a reestruturar a equipa aos poucos com a inclusão de um novo treinador Alexandre Santos, e de jogadores como: Gilberto, Gleison Moreira, Pedro Pinto, Soares, Jonathan Toro e Kinito. Hoje, conseguimos muitos feitos». BEC: Alexandre Santos irá continuar? BV: «Este é um assunto que estamos a negociar, embora existam várias propostas. Mas nos próximos dias, o Bola Em Campo vai saber». BEC: Alexandre Santos vai para o Kizer Chiefs? BV: «Não posso dizer que sim, vamos aguardar os próximos dias. É treinador que venceu três campeonatos e normal que haja outras propostas. BEC: Você irá continuar no Petro de Luanda? BV: «Sim, vou continuar, ainda tenho contrato com o Petro, rsrs». BEC: O Petro tem sede de vencer a Liga dos Clubes Campeões, continua a ser meta para a próxima época? BV: «Vencer a Liga dos Clubes Campeões implica mais investimentos, vamos continuar a trabalhar para chegar, lá. Os objectivos são sempre os mesmos.Tentar ganhar tudo internamente e tentar ir ao mais longe possível na champions league». BEC: Fala-se na chegada da Liga Profissional de Futebol de Angola, o que espera? BV: «Espero um Girabola mais atractivo e competitivo. Era bom ver o aumento de número de estrangeiros para 8 jogadores, ao contrário de 5». BEC: Por que razão? BV: «Irá beneficiar não só o campeonato interno, mas também os nossos clubes nas Afrotaças. Pois, somos o país que menor número de estrangeiros permite. Por exemplo, na Tanzânia são permitidos 15 estrangeiros e tiveram duas equipas nos quartos-de-final da Liga dos Clubes Campeões. Com a evolução do futebol angolano, mais jogadores nacionais irão sair para ligas mais competitivas no estrangeiro, beneficiando também a selecção nacional. Outra questão é a bola oficial, precisamos posicionar o ‘Girabola como marca’, ter uma bola, uniforme único dos árbitros, troféus de melhor jogador em campo e jogador do mês». BEC: Voltamos ao teu Petro. Quantos reforços à vista para a próxima época? BV: «Vamos ter a época, e aí poderemos pensar melhor, não posso ainda ‘espantar à caça’ rsrsrs. Estamos a trabalhar, queremos sempre fazer o melhor para o Petro de Luanda. Temos uma associativa muito exigente, não é fácil gerir um clube de grandeza como o Petro». BEC: O Toro e
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