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Em entrevista ao programa “Recordar é Viver”, emitido aos domingos pela Rádio Cinco, Dusan Kondic recordou a sua chegada a Angola pela primeira vez, nos anos 90, com o objectivo de treinar o 1.º de Agosto, na altura.
O sérvio, que durante duas horas falou da sua odisseia em Angola, disse que foi uma decisão falhada, porque na altura tinha convite igualmente da Áustria.
«Quando recebi o convite, por via do Manuel Lote, que jogava na Europa, pensei onde iria, porque tinha duas propostas, uma de Angola e a outra da Áustria. Falei com o meu pai, ele disse-me que Angola é uma colónia e seria muito bom eu vir para este país. Eu peguei o voo e vim logo para Angola. Foi difícil quando cheguei, porque encontrei uma realidade muito diferente, até pensei logo que só fosse ficar dois meses», [risos].
Dusan Kondic contou que, na altura, Angola já tinha equipas muito fortes, quer de Luanda, quer de outras províncias. O técnico de 68 anos lembra que o Petro já era muito organizado e jogava um futebol como o do Real Madrid.
«Quando cheguei em Angola, encontrei um Petro, treinado por António Clemente, que jogava como o Real Madrid, trocava muito bem a bola. E eu queria que o 1.º de Agosto também jogasse igual, mas o Petro de Luanda tinha mais condições», contou.

Para Kondic, que venceu duas edições do Girabola, em 1991 e 1992, numa equipa onde despontavam nomes como Ndisso, Kiss, Rabolé, Lukau e outros, os dois rivais ainda têm muito para dar ao futebol nacional e também nas competições continentais.
«Vi a equipa do 1.º de Agosto a jogar frente ao Interclube e gostei muito. Eu vejo que os dois maiores clubes de Angola ainda têm muito para dar, quer em Angola como nas competições africanas», disse.
