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José Saraiva, antigo director da São Silvestre de Luanda, criticou a actual organização da tradicional corrida pedestre, destacando a falta de investimento no desenvolvimento do atletismo infantil. Saraiva sugeriu que o Petro de Luanda assuma a responsabilidade pelo evento, resgatando as raízes históricas da competição, que antes era organizada pelo Clube Atlético de Luanda. Para o técnico, o modelo actual, financiado pelo Estado, não canaliza os recursos de forma eficaz para o desenvolvimento da modalidade.
«O valor disponibilizado pelo Ministério da Juventude e Desportos devia ser investido no desenvolvimento do atletismo de base. A São Silvestre poderia ser organizada pelo Petro Atlético sem a necessidade de intervenção directa do Estado», afirmou em entrevista ao Jornal dos Desportos. Saraiva também disse que o orçamento da prova, de 400 milhões de kwanzas, não reflecte em benefícios concretos para a modalidade, reforçando críticas que ele vem fazendo há mais de dez anos.
Além das questões administrativas, Saraiva detalhou os desafios técnicos do percurso da prova, como a subida inicial no Prenda, e deu dicas para os corredores superarem as dificuldades. Recomendou estratégias de postura, respiração e técnica para evitar lesões e garantir um bom desempenho. «A organização precisa ser tão eficiente quanto os atletas que enfrentam o trajecto. O foco deve ser no desenvolvimento e sustentabilidade do atletismo», concluiu.
