Miguel Lutonda, um dos melhores jogadores de todos os tempos da posição 1, em África, contou o seu percurso de vida, as dificuldades porque passou e o sonho de ser médico que foi desviado para o basquetebol, por influência de Victor, seu antigo colega do ensino primário.
O actual técnico adjunto da selecção ‘AA’ de basquetebol falou, em entrevista ao jornal O País, da difícil infância que teve sem ter se quer o que calçar.
«Tive uma infância complicada, na altura o nosso país se encontrava numa guerra civil. Não tinha ténis para calçar. Digo sem rodeios, foi uma fase muito difícil da minha vida, se não fosse o basquetebol teria ido à tropa. Se calhar, teria hoje um pé ou uma mão», contou.
O também apelidado por “General Lutonda” acredita que o basquetebol foi um trampolim para se posicionar na vida.
«Essa modalidade foi determinante para a minha vida e, graças a este desporto, hoje sou o homem que sou», enfatizou.
O ex-base, que se destacou com vários títulos nacionais e africano pelo 1°de Agosto, revelou que o seu sonho passava pela saúde, mas viu-se influenciado a mudar de rumo por um colega.
«Foi um ex-colega de escola, o Victor, no ensino primário na Escola Njinga Mbande. Ele dizia que eu tinha inclinação para o basquetebol, mas naquela fase, tinha o sonho de ser médico, mas como diz o adágio popular, “água mole em pedra dura tanto bate até que fura”, hoje agradeço-lhe», revelou.
Aos 51 anos, Miguel Lutonda acredita que Angola pode ainda recuperar a mística no basquetebol africano, mas alerta que não será agora, pois, há ainda por se fazer no basquetebol nacional.