O ex-técnico dos Mambas e do Interclube, Luís Gonçalves, disse, em entrevista ao site português Notícia ao Minuto, que a sua passagem quer por Moçambique como por Angola foi positiva e revela que até ao momento recebe várias mensagens de carinho. «No cômputo geral, a passagem foi bastante positiva. Ainda hoje recebo mensagens de jogadores e pessoas que trabalham no clube a dizer que têm saudades. Mas isso vale o que vale, é passado».
Luís Gonçalves destacou que os dois países lusófonos têm características parecidas na forma como lidam com os atletas.
«Têm algumas semelhanças. O facto do jogador de futebol não ser valorizado é igual nos dois países», afirmou.
Para o técnico luso-moçambicano, os dirigentes precisam olhar os atletas de outra forma.
«Se os responsáveis começarem a olhar para o jogador de futebol de outra forma, a modalidade vai ganhar com isso. Se na Europa às vezes se valoriza mais um jogador em detrimento de outro, a minha experiência em África diz-me que é o contrário. Tem de haver um equilíbrio», pediu.
É do entender de Luís Gonçalves que no futebol cada um deve fazer o seu trabalho sem interferências que desestruturem o conjunto.
«Tem de haver um equilíbrio. O dirigente é para dirigir, o treinador para treinar e o jogador para jogar, tudo no seu lugar. Acredito que se olharem com outros olhos para o jogador angolano, há vários atletas com potencial», defendeu.
O português, que está sem clube, disse que trabalhar nos dois países foi muito fácil. «Os jogadores gostam de trabalhar e acreditam no que o treinador diz, fazem o trabalho todo sem problema. São jogadores muito dedicados ao treino, querem aprender e evoluir».