Edson Queirós, proprietário da Footprestige, empresa de agenciamento e gestão de carreira de jogadores, esteve ontem, terça-feira, 04, no programa Bola Em Campo na Rádio, emitido na Platina FM 96.8, onde abordou o momento actual do futebol angolano e o que se desenha para o futuro.
O empresário reconheceu que o país continua a ser um viveiro de talentos, porém, alertou aos clubes a serem mais exigentes no capítulo da formação. Na mesma linha, Edson Queirós realçou o bom trabalho nos últimos anos desenvolvido pela direcção do 1.º de Agosto.
«Temos que reconhecer que o 1.º de Agosto é o clube que melhor forma em Angola, é só olhar pelos resultados obtidos nos últimos anos. Eu acho que os outros clubes devem seguir o exemplo do clube militar no capítulo da formação», disse.
Edson Queirós não deixou de realçar as boas relações que tem com alguns clubes nacionais.
«Bem, nós, Footprestige, procuramos sempre manter uma relação de cordialidade com todos os clubes, embora nem sempre tem sido fácil. Devo realçar aqui o Wiliete de Benguela, temos boas relações, aliás, tem um presidente jovem e de trato fácil», realçou.
Sobre o futuro da selecção nacional, Edson Queirós acredita que, com a base de jogadores que tem o técnico Pedro Gonçalves, e se a FAF criar todas as condições, Angola poderá ter uma grande selecção num futuro próximo.
«Por vezes leio vários comentários extremamente negativos contra o Mister Pedro Gonçalves, para mim está a ser um herói, ninguém faz omeletes sem ovos, tem dado muito ao país desde a geração que foi ao mundial Sub 17. E mesmo por vezes com ordenados em atraso, que é do conhecimento público, continua sendo o mesmo profissional, não sei se eu aguentaria tanto o que ele passa, por isso tenho dito: ele chega a ser mais angolano que muitos que só sabem criticar. A federação angolana, infelizmente, não tem grandes margens financeiras para fazer mais pelas seleções, dá-se muito aos clubes e pouco aos que representam o País» opinou.
O responsável da Footprestige revelou que tem em marcha um plano para tirar do futebol angolano mais de 20 jogadores para a europa.
«Às vezes lamentamos a forma como os clubes negociam os seus activos. Temos que fazer um paralelo com outros países africanos, como Senegal, Mali, RDC e tantos outros que libertam os seus activos muito cedo a preço apetecível, com esperança de fazer um bom negócio no futuro, mas aqui é completamente ao contrário, criam muitas dificuldades aos jogadores. Os clubes devem mudar de procedimento se quisermos desenvolver o nosso futebol, até mesmo no Brasil, que é um mercado vasto, os clubes não dificultam tanto assim», esclareceu.
A Footprestige agencia vários jogadores angolanos que despontam no futebol europeu, como são os casos de Gaspar Kialonda, Mário Balbúrdia, Zito Luvumbo, Capita e tantos outros.