Os 16 clubes do campeonato de futebol da primeira divisão moçambicana, vulgo “Moçambola”, querem um aumento significativo no prémio de vencedor do campeonato.
Fala-se que o prémio actual ronda nos (Seis Milhões de Meticais), pelo que não satisfaz o interesse dos clubes que pedem um aumento significativo na ordem dos 600 mil Meticais, cerca de (Trinta milhões e duzentos e sessenta e oito mil kwanzas). Alegam ainda não fazer sentido que a taça e as medalhas que são atribuídas ao campeão nacional de futebol sejam iguais ao que é atribuído aos vencedores dos torneios recreativos, provinciais e de outras modalidades.
Taça de vencedor, valores monetários, medalhas e outros tipos de premiações que são atribuídos actualmente ao campeão nacional não dignificam o futebol moçambicano.
A inquietação é dos clubes que disputam o troféu máximo do futebol moçambicano que querem condições melhores para o vencedor do Moçambola.
Por exemplo, a actual premiação para o campeão nacional de futebol, prova que decorre entre seis a oito meses, é de 600 mil Meticais, contra os 650 mil que foram atribuídos ao campeão nacional de basquetebol, numa prova que teve apenas um mês.
Outro exemplo é da diferença entre a premiação que foi atribuída, recentemente, para o torneio de abertura da Cidade de Maputo, nos anos 2019 e 2020, nomeadamente na Taça Mavila Boy, que era de um milhão de Meticais, numa prova de 45 dias a dois meses, contrariamente aos 600 mil do Moçambola.
A maior preocupação dos clubes é o facto de esta premiação já ter pouco mais de uma década a ser atribuída, sem que houvesse reajuste.
A primeira colectividade a trazer o assunto na Assembleia-Geral da Liga Moçambicana de Futebol foi a Black Bulls, campeão nacional em título, através do seu presidente Juneid Lalgy, que considera que o prémio não dignifica o campeonato nacional.
Esta posição foi defendida pelo anterior campeão nacional, Costa do Sol, através do seu vice-presidente Jeremias da Costa, que diz que «não faz sentido que uma prova como o Moçambola, de um campeão que vai participar das competições africanas, receba como prémio um valor de 600 mil Meticais. É só pra dar um exemplo, o Costa do Sol, quando esteve a participar das eliminatórias da Liga dos Campeões, só a ida ao Zimbabwe para essa eliminatória, gastou cerca de seis a sete milhões de Meticais».
Da Costa diz que o valor da premiação deve servir para ajudar o campeão nacional a custear as despesas da sua participação nas afrotaças e deixa uma sugestão: «A nossa ideia é que se suba o valor para 10 vezes mais, em vez de receber 600 mil Meticais, passe a receber seis milhões de Meticais. Isso iria justificar o investimento que os clubes fazem para a realização da prova», argumentou.
Outro campeão nacional insatisfeito com a actual premiação é a União Desportiva de Songo.
Cláudio Tonetti, Director desportivo da colectividade, diz que esta é uma solicitação feita por si e pelos restantes clubes para que haja melhorias na premiação. «Não é uma premiação, nos dias de hoje, que podemos considerar boa, porém a Liga leva este TPC de melhorar a premiação. É isto que vamos esperar que a Liga faça e cheguemos a uma premiação mais satisfatória para todo o mundo», disse Tonetti.
E não são somente os campeões nacionais que sentem a fragilidade da premiação do vencedor do Moçambola. O director desportivo do Ferroviário de Nacala, Aquilino Correia, diz que «Isso nos preocupa porque o valor é irrisório e o prémio devia ser mais elevado para procurar galvanizar o próprio atleta moçambicano».
A Liga Moçambicana de Futebol prometeu aos clubes que vai buscar parcerias para garantir a melhoria da premiação, não tendo avançado para quando o valor vai subir, mas poderá ser ainda para esta edição do Moçambola 2022.
Recorde-se que os clubes querem também que seja implementada a premiação para o melhor jogador em campo em cada partida do Moçambola, mesmo sem avançar qual seria o prémio, desde que valorize o jogador.
Fonte: O país, Moçambique.