O angolano Leonel da Rocha Pinto deixa este domingo (31) a presidência do Comité Paralímpico Africano (APC – sigla em inglês), durante a Assembleia-geral da organização, que decorre em Casablanca, Marrocos.
No cargo desde 2010, o responsável vai abraçar outros desafios no panorama desportivo africano e mundial, além da manutenção do posto de membro executivo do Comité Paralímpico Internacional (IPC).
Para a sua sucessão, concorrem três candidatos, o vice-presidente e o secretário-geral do elenco cessante, designadamente, Hamid El Aouni (Marrocos), Rodrigo Bejarano (Cabo Verde), além de Samson Deen (Ghana).
Ao longo do seu mandato, Leonel Pinto revolucionou a organização com a melhoria da comunicação entre os Estados membros.
Sua filosofia de liderança baseou-se, sobretudo, na aproximação aos governos e instituições internacionais, com detaque para o Conselho Superior dos Desportos em África (CSSA), Unesco e União Africana.
O responsável obteve o feito de transferir a sede do APC do Cairo (Egipto) para Luanda (Angola), tratando-se da única instituição desportiva continental no país.
Tem sido das principais vozes no diálogo com os governos para a ratificação e cumprimento do estipulado na Convenção das Nações Unidas, que reconhece os direitos de todos os membros da família humana como o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo.
A mandato foi marcado, também, pelo reconhecimento do Comité Paralímpico continental por parte da União Africana e do Comité Paralímpico Internacional, este último organismo liderado pelo brasileiro Andrew Parsons.
No seu consulado protagonizou várias acções que mudaram o paradigma do desporto adaptado no continente berço, das quais duas ficarão para sempre na memória.
A primeira ocorreu em 1999 quando interveio junto do Conselho Superior dos Desprtos em África para que o desporto adaptado fosse reconhecido como actividade profissional e não de recreação como vinha acontecendo.
Por força do seu acto, hoje o regulamento da competição estipula direitos iguais para os atletas independentemente de serem olímpicos ou paralímpicos.
No segundo momento, o angolano conseguiu que a União Africana e o Comité Paralímpico Internacional dessem o aval para que África tivesse o seu próprio evento qualificativo aos Jogos Paralímpicos.
Os primeiros Para-jogos Africanos estão previstos para o Ghana em 2022, depois da desistência de Marrocos que devia albergar em 2019.
O Comité Paralímpico Africano foi fundado em 1987, na Argélia, com a designação de Confederação Africana de Desportos Para Deficientes (ASCOD).
A instituição foi liderada até 2010 pelo egípcio Nabill Salem. Na altura contavam-se 18 membros, mas hoje o número multiplicou para 44, todos com participação nos Jogos Paralímpicos de Tóquio´2020.
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